quinta-feira, 28 de junho de 2018

Com todas as contas rejeitadas pelo TCE, ex-prefeito é nomeado pelo Governador Paulo Câmara

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Imagem: Reprodução

Sem alarde, o governador Paulo Câmara (PSB) nomeou mais um ex-prefeito para um cargo em comissão sem concurso. Desta vez, o agraciado foi o ex-prefeito de Condado, José Edberto Tavares de Quental (PSB), que foi nomeado para um cargo na Casa Civil, no Palácio do Campo das Princesas.


O ex-prefeito foi o candidato do PSB em Condado, nas eleições de 2016, mas não foi eleito.

Segundo o Diário Oficial, ele começará a dar expediente no Palácio no primeiro dia de julho.

Prefeito de Condado entre 2005 e 2012, o cargo de confiança do governador já enfrentou problemas com órgãos de controle.

De acordo com informações já públicas, Quental já foi alvo do Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco, em 2017, por supostas irregularidades em sua gestão como prefeito.

O MPF fez duas recomendações sobre a gestão como prefeito do novo comissionado, cobrando a ‘correta aplicação de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e a prestação de contas de convênio firmado com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa)’.

Na época, o novo comissionado de Paulo Câmara reagiu, em nota, atacando o MPF. Quental rebateu a atuação dos procuradores dizendo que o “MPF tem pessoal insuficiente com nenhuma capacidade de análise de contas públicas”. O ex-prefeito estava sendo investigado, em 2017, em um inquérito federal pelos procuradores do MPF.

Já no Tribunal de Contas do Estado (TCE), segundo dados do Portal Tome Conta do órgão, Quental é um dos raros casos de ex-prefeito que teve todas as contas rejeitadas pelo órgão de controle público. O TCE rejeitou todas as contas do ex-gestor, entre 2005 e 2012, segundo o site oficial do Tribunal.


A nomeação é mais uma em uma longa lista de indicações de ex-prefeitos para cargos em comissão no governo Paulo Câmara.

Em alguns exemplos, já foram nomeados os ex-prefeitos Ferdinando Lima de Carvalho (PSD), de Parnamirim; Luciano Torres Martins (PSB), de Ingazeira; Paulo Tadeu Guedes Estelita (PSB), de Vicência; Antônio Auricélio Menezes Torres (PSB), de Cabrobó; Yves Ribeiro (PSB), de Paulista; Fabinho Rufino (PSB), de Bom Jardim; Daniel Alves de Lima (PSB), de Chã Grande, além de muitos outros.

Ainda em 2017, o deputado estadual Álvaro Porto (PTB) denunciou o suposto uso eleitoral de cargos em comissão para ex-prefeitos, na tribuna da Assembleia.

O oposicionista criticou o espaço dado para os aliados pelo governador.

“Queremos e merecemos saber quando o governo vai deixar de culpar a crise pela sua ineficiência ao mesmo tempo em que superlota a máquina para formar palanque para 2018”, afirmou o parlamentar.

O deputado ainda afirmou que a base aliada de Paulo Câmara na Assembleia tenta “naturalizar que há muito é condenável”.

“Aliar-se ao governo tornou-se um bom negócio. Mesmo para quem está com pendências no Tribunal de Contas o cargo foi garantido. Isso mostra bem o critério usado nas nomeações”, ironizou o deputado.

O parlamentar denunciou que os aliados nomeados para o Governo do Estado custavam, segundo o deputado estadual, R$ 2 milhões mensais aos cofres públicos.

“Para recorrer à estrutura da máquina estadual para abrigar ex-prefeitos e outros inúmeros aliados o governo esbanja eficiência”, atacou Àlvaro Porto, também ex-prefeito de Canhotinho.


Jamildo

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