segunda-feira, 4 de junho de 2018

Defensores de Marília acusam vice-presidente do PT de tentar mudar delegados para conseguir aliança com PSB

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Imagem: Reprodução

Com a proximidade do encontro que vai definir se o PT vai lançar candidatura própria ou se aliar ao PSB em Pernambuco, o ambiente no partido ficou ainda mais acirrado com a briga por delegados que votarão o destino da legenda nas eleições de outubro. Uma proposta de ajuste na lista da delegação composta por 300 membros titulares e outros 300 suplentes foi o estopim para uma troca de acusações entre os petistas.

A ala da sigla que defende a candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) acusa o grupo que defende a composição com o governador Paulo Câmara (PSB) de tentar mudar o resultado da votação antes da reunião, marcada para o dia 10 deste mês. Para eles, os ajustes na lista já são feitos quando delegados se desfiliam do partido, como foi o caso do ex-prefeito do Recife João Paulo – que se filiou ao PCdoB -, ou quando acontecem falecimentos, não necessitando alterar este procedimento.

“É anti estatutário. Os suplentes só podem assumir com a carta de desistência do titular. Eles querem virar o resultado do encontro antes dele acontecer”, disse a secretária de Comunicação do PT, Sheila Oliveira, que defende a candidatura de Marília Arraes.

De acordo com Sheila, “não tem sentido” fazer uma alteração na lista a uma semana da reunião e que isso foi proposto em um momento em que Marília Arraes, segundo ela, tem apoio da maioria dos delegados. Na avaliação dela, a proposta, que será discutida em uma nova reunião da Executiva Estadual na segunda-feira (4), não vai ser aprovada, e, caso seja, caberá recurso na Direção Nacional do partido.

Autor da proposição, o vice-presidente estadual do PT, Oscar Barreto, defende a ideia de ajustar a lista de delegados já que “muitas coisas aconteceram” desde que eles foram indicados há um ano no Congresso estadual da legenda. “Não estamos falando de mudar delegados. (Eles) não foram eleitos, ele foram indicados. É preciso ter ajustes. Muita gente saiu do PT”, disse. Para Barreto, que defende a aliança com o PSB, “as acusações só fazem acirrar os ânimos” no partido.

As diversas alas do PT são responsáveis por indicar seus os delegados e suplentes. Entre elas, a Construindo um Novo Brasil (CNB), do senador Humberto Costa (PT), que defende a aliança com o PSB, o que pode garantir a ele uma vaga na chapa majoritária para disputar a reeleição ao Senado. A outra vaga estaria com o deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB). A CNB também é composta por Marília Arraes.

O Senador Humberto Costa disse que não ter conhecimento da proposta de ajuste da lista de delegados e que o tema deve ser tratado com a direção do partido. “Eu não tenho poder de decisão sobre isso”, disse. Para o parlamentar, atribuir a ele o movimento faz parte da tentativa, segundo ele, de pessoas que querem “personalizar” a questão. “Há uma tentativa de um grupo minoritário de tudo tentar atribuir a mim e de tentar me queimar politicamente”.

Há ainda outras forças internas como a Democracia Socialista, liderada por Oscar Barreto, o Coletivo Militante – da deputada estadual Teresa Leitão (PT) que defende a candidatura de Marília – e a Avante 21, do ex-deputado federal Fernando Ferro, outro apoiador da vereadora.

O presidente estadual da sigla, Bruno Ribeiro, vai na mesma linha de Barreto e avalia como “natural” as trocas e diz que todos vão fazer essas substituições. “Esses remanejamentos todos têm que fazer. Cada força é autônoma para fazer esse remanejamento. É da cultura do PT”, afirmou. Ribeiro ressalta que após um ano das indicações alguns delegados não poderão comparecer seja porque mudaram de Estado ou por um motivo de doença. 


Jamildo

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